Varella, além de poeta, dedicou-se também à crônica e era um prosador talentoso. Mas muitos críticos são da opinião de que a sua prosa é claramente inferior a sua poesia. No entanto, isso nos parece um julgamento precipitado e na defesa do poeta temos que desculpar-lhe a brevidade da existência e reconhecer que não houve tempo para que o prosador que havia nele amadurecesse.
Os seus contos, reunidos nesta coletânea, têm nítida influência de Álvares de Azevedo (Noite na Taverna e Macário) e pagam tributo ao gênero macabro, que teve em Shakespeare, Byron, Hoffmann e Pöe seus grandes expoentes.
Todos os que se debruçam sobre a obra de Varella não deixam de lamentar o seu fim precoce; se numa curta existência alcançou tão destacado lugar nas letras nacionais, que porvir brilhante não lhe caberia se tivesse vivido mais? Neste caso, quem sabe não teríamos — além do contista — também um grande romancista? Talento para isso não lhe faltava.