Pouca gente sabe que o modelo comunista implantado no século vinte na Rússia, na China e em Cuba já havia sido experimentado no século XI na própria China. O reformador que logrou essa proeza, Wan-Ngan-Ché (1019-1086), realizou de modo completo o coletivismo da produção agrária, estendendo-o para todas as indústrias, de modo a abolir a propriedade individual e até a impedir o enriquecimento de todo cidadão.
Esta época na China foi particularmente agitada; o império estava à beira do caos, uma seca implacável, terremotos, carestia, guerra civil, aumento da miséria do povo e, para exaltar os ânimos, seitas anarquistas ou niilistas se propunham a destruir o edifício social. «A sociedade, diziam eles, baseia-se na lei, que não é senão injustiça e sofisma, sobre a propriedade, que não é senão roubo e extorsão, sobre a religião, que não passa de uma mentira, sobre a força, que não é senão tirania».
É nesse cenário caótico que aparece o célebre Wan-Ngan-Ché, com um plano de reformas nunca antes tentado para salvar a China da ruína social. Contou com o apoio do próprio imperador e plenos poderes durante quinze anos para implementá-lo sem, no entanto, conseguir acabar com a fome e a miséria ou restabelecer a paz social.
Leia mais em:
https://jornallivros.blogspot.com/2021/04/um-socialista-chines-no-seculo-xi.htmlUM SOCIALISTA CHINÊS NO SÉCULO XI. Brochura, 58 páginas, formato 11,5 X 18,5 cm., 2012. Tradução de Bira Câmara. A edição traz, além do texto de Varigny, "A dinastia Song e o reformador Wang-Ngan-Ché", segundo o historiador René Grousset, extraído do Cap. XXI da Histoire de la Chine (1942), Les Song et le problème des réformes, de René Grousset
Nenhum comentário:
Postar um comentário